Comentário de Fernando Abelha

A canibalização, prática antiga adotada pelas oficinas de manutenção, continua em pleno uso pelo sistema ferroviário concedido e pelas empresas metroviárias. Um engodo para enganar aos passageiros que as composições são novas ou modernizadas.

Confira abaixo notícia do Valor Econômico do dia 15/03/2016

O Metrô de São Paulo está promovendo uma maquiagem nos cinco trens estacionados no pátio de Itaquera que estavam servindo como estoque de peças para outros trens da operação, dizem funcionários da companhia que trabalham no local.

A “operação belezura” acontece depois de o jornal Folha de S. Paulo revelar essa situação de trens depenados na semana passada. Após a reportagem, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) decidiu convocar a diretoria da empresa para prestar esclarecimentos, o que ocorreu na última sexta-feira, dia 11. Na reunião, o Metrô admitiu que usa peças desses trens, no processo que funcionários chamam de “canibalização”, e declarou que isso é uma fase transitória.

Questionado, o Metrô afirmou que “a informação recebida pelo repórter não tem fundamento e sua apuração somente constata o óbvio, já informado aos conselheiros do TCE e à própria Folha na semana passada: os cinco trens encontram-se em manutenção corretiva”. Essa explicação, contudo, difere do que foi dito ao tribunal.

A companhia declarou ainda que “as composições são novas e/ou modernizadas com peças em garantia que estão em processo de reposição pelos fabricantes. Gradativamente, até o dia 30 de junho, será finalizada a manutenção e os trens estarão disponíveis para operar”.